quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Entrevista com Elizabeth Mitchell!!

Elizabeth Mitchell, nossa Juliet Burke, deu uma entrevista ao site Tv Addict no último dia 15. O pessoal do nosso blog parceiro LOST in Portugal, já tinha traduzido a entrevista que aproveitei para trazer para vocês aqui do Teorias LOST.


Então vamos a entrevista..

Ser uma estrela numa das séries mais faladas da TV não é novidade para você, falo sobre o “ER”. Como é que LOST é diferente?
Eu penso que a grande diferença está no fato de que a personagem do ER era tão completa naquilo que tivemos oportunidade de ver, na quantidade de enredo que escreveram para ela, existia claramente um princípio, meio e fim. Existia um enredo enorme onde pudemos ver muitas facetas daquela pessoa tão complicada. E penso que em Lost ainda não tive a oportunidade de fazer isso. E penso que Lost é enorme, nunca trabalhei numa série que fosse assim. Nunca trabalhei numa série que tivesse este tipo de seguimento. ER também era enorme, mas diferente. Não era melhor, apenas diferente. E penso que, com o Lost, temos pessoas que seguem a série religiosamente e sabem todos os detalhes. Penso que a forma como introduziram a minha personagem foi muito inteligente. Temos todos os protagonistas, temos todas as personagens que adoramos e depois eles introduzem alguém que é uma ameaça para essas pessoas, que é uma antagonista. Deu aos autores algo para explorar nas outras e nesta personagem e, sempre que introduziam algo na personagem, fiquei sempre impressionada com a forma como o fizeram. E o papel de Ben também. Os autores fizeram coisas brilhantes com estas duas personagens.

Uma das queixas mais frequentes dos nossos leitores aponta para o fato de múltiplas nomeações para prêmios terem sido roubadas de você e do Michael [Emerson], nomeações que vocês definitivamente mereciam. Não consigo imaginar porque não é tão elogiada quanto devia.
Muito obrigada. Eu tive uma ótima experiência, no que toca às pessoas na rua ou pessoas que simplesmente falavam sobre a personagem. É uma coisa muito estranha, mas é gratificante ter esse tipo de feedback. Quando fazemos teatro, vamos para os bastidores e as pessoas falam do nosso trabalho, quer tenham gostado ou não, e definitivamente fazem-nos saber a sua opinião. Na televisão e cinema muitas vezes nunca chegamos a ouvir esse feedback, mas com Lost tenho oportunidade de o ouvir sempre. Primeiro, ouvia que a minha personagem era odiada, mas depois os autores foram tornando a personagem mais e mais interessante, e comecei a ouvir “hey, gostei mesmo daquilo, acho que foi muito legal” ou alguém que vinha falar comigo na rua e dizia “você me causou arrepios e eu trabalho com pessoas realmente assustadoras”, mas tudo o que dizem tem sido muito divertido. Tem sido muito bom interpretar uma personagem na qual as pessoas se interessam. E isso é algo que estou agora a experimentar pela primeira vez. Já interpretei personagens das quais ouvia falar, mas não numa rotina diária. Não consigo encontrar outras palavras para dizer que isto é diferente de tudo o que já experimentei até agora.

Porque acha que os fãs aceitaram tão bem a tua personagem e a do Michael [Emerson], quando outras personagens (Nikki, Paulo…) não se saíram tão bem?
Eu penso que se criou uma espécie de “emboscada” para essas personagens que não se saíram tão bem. Penso que o que aconteceu realmente é que nós criamos laços com os sobreviventes originais. A partir daí, nós não queríamos ver mais sobreviventes. Nós queríamos ver alguém que fosse uma ameaça ou algo completamente diferente das outras personagens. Penso que nós não queríamos ver outros sobreviventes que não fossem os sobreviventes que gostamos. Penso que o que fizeram com as personagens do Ben e da Juliet foi uma demonstração de inteligência, de uma certa forma introduziram-nos na história como grandes antagonistas, fazendo-nos temer essas personagens. E há um certo sentimento de mal estar quando vemos estas duas personagens interagir com os sobreviventes de que gostamos. Isso foi um bom ponto de partida para mim. Fiquei muito surpreendida com a forma como ocorreu. Ninguém pensaria que estas personagens pudessem ser remotamente afáveis mas os autores escreveram-nas de forma a que fossem.

O que podemos esperar da Juliet na quarta temporada?
Um pouco mais do mesmo, mas num conjunto de circunstâncias diferentes. Com base no final da terceira temporada, sabemos que alguém vem salvar toda a gente e ela terá de lidar com isso. Também há desenvolvimentos nas relações dela. No que vai acontecer, tal como em tudo em Lost, vamos perceber um pouco melhor e um pouco pior sobre quem ela é. Ela tem estado com os sobreviventes por, bom, em termos do tempo de Lost, um período de tempo considerável. Ela está um pouco mais dura e, de certo modo, gosto disso.

Estava a pensar, vocês têm tipo seis exemplares da mesma roupa suja que usam nas filmagens?
Temos mesmo, penso que quatro exemplares. Eles lavam a roupa e depois sujam-na novamente o que para mim é hilariante. Podem pensar que nós cheiramos terrivelmente, mas não, toda a gente está limpa, é apenas sujidade falsa, mas eles fazem um trabalho fantástico em nos manter todos bastante emporcalhados.

Vais ter um flashforward ou flashback nos próximos tempos?
Vou ter um, sim!

Toda a gente pensou que os teus flashbacks no ano passado foram dos melhores da temporada.
Gostei mesmo dos meus flashbacks do ano passado. Estão entre os meus trabalhos favoritos. Foi muito bom.

Recebes muitas indicações sobre a direção das motivações da tua personagem ou tens de improvisar muita coisa?
Tive de improvisar muita coisa. Em alguns momentos tive uma ajuda fantástica. O Jack Bender é um dos nossos grandes realizadores e eu e ele já tínhamos trabalhado juntos e trabalhamos muito próximos. E com o Steven Williams é a mesma coisa. Ele realizou o primeiro flashback meu e o Jack realizou o segundo. Trabalhamos muito próximos no sentido de percorrer uma linha de idéias sem nos afastarmos muito dela e foi uma colaboração muito positiva. Penso que nós três tivemos momentos fantásticos a criar esta personagem. E, claro, os roteiristas, não podemos dizer que está tudo no papel, mas está lá muita coisa.

Quando te deram este papel, forneceram-te mais alguma informação sobre ele?
Sim, deram-me mais alguma coisa. Se não te dão os fatos, dão-te algo emocionalmente equivalente. Eu sabia que havia uma razão para ter de ajudar a minha irmã. Não tinha a certeza de qual era. Eles dão-nos muita coisa. Se nós ligamos e dizemos que precisamos de saber algo, eles dizem. Eu acho que eles querem dizer, porque têm de manter todos aqueles segredos. Eu sou boa a manter segredos, por isso é algo divertido de ouvir, e por outro lado não é, porque eu gosto daquela sensação da manhã de Natal, gosto de ser surpreendida.

O que é que você e a Juliet têm em comum?
Ela tem uma calma que eu por vezes tenho. Uma forma de ser capaz de ficar quieta e observar as outras pessoas, mas ela é muito melhor a fazer isso do que eu. Definitivamente gosto de pôr as pessoas confortáveis, enquanto que a Juliet não tem esse impulso de maneira alguma, a menos que ela possa tirar algum proveito daí. Não sei… Eu tenho laços muito muito fortes com a minha família. Adoro-os. Faria tudo por eles. Essa é uma das forças que movem a Juliet pelo que não foi difícil interpretar isso. Tudo aquilo com a irmã dela, eu li no roteiro e fiquei devastada só de ler. E fiquei com a sensação de que iria estar muito emocionada quando gravássemos essas cenas. Aquela cena com a TV, quando a Juliet pensa que a irmã está morta, honestamente, quando li isso fiquei com os olhos em lágrimas. Pensei que era loucura fazer aquilo a alguém. Quer dizer, foi o Ben, foi ele que o fez, loucura. Penso que isso é algo de importante. Eu amo tanto a minha família e penso que a Juliet concentrou todo esse amor numa única pessoa: a irmã.

Qual pensas ser a posição da Juliet relativamente à aliança com o Ben versus a aliança com o Jack?
Por vezes penso que ela vai ficar do lado que acabar por ser mais forte. Penso que os sentimentos dela pelo Jack são uma surpresa para ela. Não sei se ela terá tanto controle sobre esses sentimentos como tem sobre tudo o resto. A raiva dela com o Ben, a inacreditável raiva dela com o Ben, aparece de vez em quando, mas outras vezes anda apenas a fervilhar à superfície. Mas se ele pudesse levá-la até a irmã, percebe o que quero dizer? Quem sabe, eu não sei, acho que acaba por se resumir a quem tem as cartas na mão. Penso que também existe matéria a explorar na relação com o Jack. Penso que há uma confiança simultaneamente tênue forte entre eles, teremos de ver se isso funciona ou não. Existe obviamente uma atracção entre os dois, mas também penso existir confiança. Existe muita densidade na forma como escreveram as duas personagens. Muita química. Eles escreveram as personagens como duas pessoas muito semelhantes. Escreveram-nos para estarem livres para o combate e ótimos para se apaixonarem.

Os fãs da relação Kate-Jack estão em alvoraça com tudo o que se tem passado entre Jack e a Juliet!
Existe muito amor entre o Jack e a Kate, na forma como ele se preocupa com ela e na forma como ela, de certa forma, olha por ele. É magnífico. Adoro vê-los juntos. E é por isso que penso ser tão interessante introduzir a Juliet para criar um conjunto de circunstâncias completamente diferente. Não ficamos com a sensação de que a Juliet olha pelo Jack e não ficamos com a sensação de que ele toma conta dela, mas, quando isso acontece, é como que uma surpresa para ela. Pensa que ambas as relações são válidas, ambas são interessantes e penso que os autores foram inteligentes na tentativa de tentar algo diferente, uma verdadeira diferença, um verdadeiro problema, algo que penso ser positivo.

Certo, eles não introduziram um velho namorado para estragar a história de amor em desenvolvimento. Introduziram uma nova personagem que fez o Jack pensar.
Penso que foi uma escolha realmente interessante. Penso que criaram uma versão feminina do Jack, apesar de, obviamente, ela não ser necessariamente uma heroína.

Há mais alguém na equipe com o qual ainda não tenha passado muito tempo mas gostaria de fazer?
Sabe do que gostei mesmo? Tive um pequeno momento com o Hurley na praia. Ele é tão divertido. O timing dele é muito bom. É um prazer trabalhar com ele porque ele está mesmo lá. Sempre pensei que juntar Juliet e Sayid numa cena seria interessante. Adorei trabalhar com a Yunjin [Sun] e penso que essa cena revelou um lado maravilhoso da Juliet. Adorei trabalhar com a Evangeline, pois ela foi quase como uma irmã mais velha sempre irritada e penso que isso foi realmente divertido. Mesmo a forma como as duas se moviam juntas [Episódio Left Behind]. Temos a fantástica Kate, que é tão dura e tão forte e tão assustada, mas também determinada, e eu adoro isso nela. E depois temos a Juliet que está praticamente num passeio com ela, sempre muito calma, muito firme, pouco reveladora. Gostei de as ver juntas. Foi uma mistura interessante para esse episódio.

Porque é que os fãs devem começar a ver a série agora que este já está na quarta temporada?
Penso que é uma boa hora porque os autores sabem exatamente, não que antes não soubessem, mas com a data de fim definida, algo que raramente acontece, se é que já aconteceu na televisão, eles estão tão preparados para levar toda a gente numa viagem impressionante, que penso que começa no dia 31. Foi assim que nos sentimos ao ler o roteiro. Existiram mais conversas este ano do que no ano passado. Está em movimento um autêntico carrossel. As pessoas dizem que é muito complicado, mas, na verdade, não é assim tão complicado na forma mais simples de ver a série. Pode tornar-se mais complicado, se quisermos, mas acaba por ser só aquelas pessoas a tentarem sobreviver.

Nos próximos tempos, podemos ver-te em mais algum trabalho além do Lost?

Não, na verdade não. Provavelmente deveria ter feito algo durante a pausa de 8 meses, mas estava demasiado ansiosa por passar tempo com o meu filho de dois anos. Agora, com a greve dos rotieiristas, tenho as mãos como que atadas. Provavelmente não vai surgir nada, mas também não posso dizer que esteja sempre à procura de coisas para fazer. Leio freneticamente e um dia penso fazer a minha própria produção. É algo pelo qual anseio. É bom ter 37 anos, há tanto ainda por vir.

A atitude de Hollywood para com os atores mudou bastante nos últimos anos. Há alguns anos atrás só procuravam atores com 20, 20 e poucos anos e agora são as pessoas com mais de 30 que estão a ter mais destaque.
Sim, eu penso que nós como mulheres falamos e dissemos: nós não queremos isto. Vamos ver porque quem não gosta de juventude, aquela vitalidade louca dos mais novos, mas também há uma grande maioria de pessoas que tem mais de 30 ou 40, que adora entretenimento e quer ser entretida por pessoas como elas. Penso que é assim que as coisas devem ser. É bom manter tudo um pouco mais balanceado.


Grande abraço e namastê!

Leco Leite

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